sexta-feira, 3 de abril de 2015

Celebração

Há quem celebre quarenta dias de jejum e penitência. Há quem celebre a ressurreição. Há quem apenas celebre ovos de chocolate, folares e um feriado que veio mesmo a calhar.

Eu celebro a humanidade, que nos é tão natural e que tão naturalmente tendemos a contrariá-la. Com armas, com guerras, com interesses sem qualquer valor no destino que nos espera.

Gosto do John Legend e desta música. Do seu significado e da sua energia.
Hoje deveríamos celebrar a vida. Tão perfeita na sua imperfeição, tão idêntica nas suas diferenças. E sermos melhores.


Dose de Motivação #6

É este o espírito. E mai' nada!


quarta-feira, 1 de abril de 2015

...a Szilvásvarad!

Um pouco mais a norte de Eger, um dos paraísos que a Terra nos ofereceu: Szilvásvarad.
Natureza a perder de vista, que nem todas as palavras do mundo conseguiriam descrever na perfeição. Respira-se Terra. Renasce-se aqui. 
Valeram a pena os vários quilómetros que nos permitiram abraçar a vida no seu estado mais puro, contactar com as espécies que ali vivem (mesmo os sapos, que são horripilentos...), jantar envoltos em cheiros e sons que não conhecemos no quotidiano citadino.

Ir à Hungria e não ir a Budapeste é mau.
Ir à Hungria e não ir a Szilvásvarad é um erro grave...

(Agora, sim, terminou o repertório. De regresso a Portugal para outras paragens...)


Mais fotos no Instagram


Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

Bem-vindos a Eger e...

Durante os dias na Hungria, tivemos ainda oportunidade de conhecer dois sítios fantásticos...por diferentes razões...


Eger:

Duas horas de caminho (sempre a direito, claro...) em direção ao norte e chegamos a Eger, uma cidade carregada de História. Conhecida pelos seus banhos termais e tradição vinícola, é aqui que encontramos também o seu castelo/fortaleza! E por que raio é isto uma novidade, visto que temos aqui castelos e fortalezas à patada, perguntam vocês?! De facto, quem vê de fora e conhece alguns castelos portugueses não fica nada surpreendido...mas visitando o seu interior, há realmente algo que nos desperta o interesse! O sistema de proteção subterrâneo... ou seja, as artimanhas que estão todas no subsolo e que defendiam os guerreiros lá da terra em tempos idos! Eu ainda tentei fazer uma mini-produção em jeito de Blair Witch Project (quem nasceu após 2000, explicação aqui), mas cortaram-me o divertimento...


Mais fotos no Instagram



Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

Bem-Vindos a Szolnok!

Szolnok
Chegamos a Szolnok (cerca de uma hora e meia de caminho...sempre a direito, claro!) e imediatamente percebemos o contraste de ritmo entre esta cidade e a capital. Aqui a vida não corre, anda. Com calma e tranquilidade ao ritmo do rio Tisza, o segundo maior da Hungria.
É este rio que marca a identidade da cidade: jovens praticam canoagem e outros desportos aquáticos, o jogging é uma constante ao longo das margens, os passeios repetem-se pela ponte pedestre Mayfly, que surge elegante sobre o rio, disponível dia e noite para as mais fantásticas fotografias.

(Quem já passou a fase dos porquês e não está interessado num parágrafo em jeito de Discovery Channel pode avançar até às setas...)


Segundo consta, a ponte recebeu este nome da espécie Palingenia longicauda* (mayflies-de-cauda-comprida). Do final da Primavera ao início do Verão, milhões destes bicharocos levantam-se em grandes nuvens e flutuam à superfície do rio durante algumas horas, num espetáculo natural, muitas vezes referido como o "desabrochar do Tisza". Diz que é um dos fenómenos naturais mais fascinantes nos rios europeus. Infelizmente, não tive oportunidade de assistir...


>>>

Hotel Tisza***
Check in no Hotel Tisza. Com um estilo neobarroco, faz lembrar alguns dos palacetes que temos pelo nosso Portugal. Pequeno, mas muito simpático, está decorado ao longo dos vários pisos e corredores com um estilo muito vintage (que eu adoroooo). As portas pesadas e grandes de madeira maciça abrem a toque de chave (esqueçam lá o cartãozinho eletrónico) e a Internet não é propriamente fiável. Aqui respira-se outro tempo.
Pelos vistos, há muito tempo descobriram as maravilhosas potencialidades das águas desta zona e, por isso, o Hotel oferece um conjunto de serviços termais. Espreitei a zona da piscina termal: a água era escura e emanava um cheiro algo perturbante; para além disso, estava disponível a qualquer hora sem qualquer tipo de vigilância... Acredito piamente que estas águas façam um bem tremendo à saúde, mas ou me provam (bem provadinho!) que rejuvenesço aí uns 30 anos num ápice ou esqueçam lá isso! Termas e spa's com uma grande pinta é o que não falta em Portugal e, por isso, a fasquia está bastante elevada...

De Szolnok pouco mais há a acrescentar. Uma praça central, perto do hotel, é o ponto alto de agitação populacional (entenda-se "agitação" por algum movimento de pessoas e veículos), onde podemos encontrar cerca de dois ou três restaurantes e um ou dois cafés. É a loucura total! Isto até o sol desaparecer... De noite, as ruas estão desertas com cerca de meia dúzia de pessoas no café a beber umas cervejas e a confraternizar (uns doidos estes...). E, claro, nós que íamos tomar a "bica" depois de jantar. Penso que repararam que éramos de fora...

A Escola em Törökszentmiklós
Baptista Szeretetszolgálat EJSZ Kölcsey Ferenc Általános Iskolája - nome da escola parceira que nos ofereceu o privilégio de conhecer a Hungria.

Localizada na cidade de Törökszentmiklós, a cerca de meia hora de Szolnok. Aqui o tempo flui de forma ainda mais ligeirinha, marcado apenas pelo canto dos pássaros. Nas ruas da pacata cidade, as pessoas circulam quase sempre de bicicleta, com cestinhos onde transportam as frutas e os legumes que foram comprar ao mercado ali perto.
Adorei a escola, os professores, os funcionários, os alunos... o fantástico acolhimento e a simpatia foram uma constante. Dois pontos altos:
  • A nossa Eco-City, resultado da junção de ideias e propostas de dez países diferentes e, por isso, uma cidade muito "verde", autossustentável e com uma pluralidade de características... multicultural, no verdadeiro sentido da palavra;
  • A corrida dos dez países, em que os alunos trataram de representar as suas cores. "Apenas uma corrida simbólica", referia a organizadora, "não importa quem vence, apenas a participação". Uma querida, é verdade, e até concordo... mas tuga que é tuga, quando se agarra à bandeira é para ganhar! E lá foi a nossa "seleção" até à prata...segundo lugar! O ouro foi para a Hungria, pois claro, país anfitrião...tsss! Não fosse amigável e isto certamente não ficava assim...
(to be continued... já só falta mais um sítio...lindo, lindo...)
*Photo: The Acqua Planet (quem leu o parágrafo à la Discovery Channel entende...)





Photos: Instagram
Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

Abril, águas mil!

- diz a sabedoria popular.

Espero que não...ou apenas a necessária à natureza.

Que venha aquele quentinho suave da Primavera, com um toque de brisa e uma luz em crescendo.



terça-feira, 31 de março de 2015

Bem-Vindos a Budapeste! - Parte II

Dois dias no total para visitar a cidade. Óbvio que não dá para conhecer tudo, mas o que fica:

O Danúbio:
Depois de atravessar a Kálvin Tér (longa avenida repleta de sex shops e casas de noivas... ver post anterior), chega-se à Szabadság Híd (Ponte da Liberdade, que assim ao longe até faz lembrar a nossa 25 de abril). Atravessei a ponte a pé, o que deu para descobrir os pequenos pormenores naquela construção maciça de ferro e, principalmente, contemplar o rio Danúbio. Parar a meio e observar as duas margens que agora formam um todo e, noutros tempos, pertenciam a cidades distintas: de um lado, Buda; do outro lado, Peste. O regresso fez-se pela Margit Híd (a Ponte da Margarida, em tuguês). Um percurso que vale a pena pela paisagem; um rio que não merece a poluição que tem e, mesmo assim, consegue brilhar aos olhos dos visitantes.

O Parlamento:
Que coisa mai' linda!!! Com um edifício destes aqui até apetece ir para a política! Mas assim com um vestido de noite daqueles do século XIX e cada sessão parlamentar deveria ser iniciada com uma valsa de Strauss. Pensando bem, até seria pecado os nossos estimados dirigentes sentarem o seu real rabo em tão ilustres aposentos! Enfim...
Dados: maior edifício da Hungria e segundo maior parlamento da Europa, segundo consta. O edifício é, de facto, lindíssimo e com uma grandiosidade que contrasta com os vários pormenores indescritíveis: as pequenas esculturas de figuras ilustres, os vários recantos dourados, as porcelanas, os tapetes... Remete, sem dúvida, para outros tempos.

O Mercado:

Vale a pena visitar o maior e mais antigo mercado da Hungria, o Nagycsarnok! Da fruta aos legumes, dos enchidos (bom!) às especiarias (aqui usa-se paprika como nós usamos o azeite), passando pelos biscoitos e doces típicos (em tuguês: autênticas bombas calóricas disfarçadas de "só uma ou duas não fazem mal nenhum"...tudo mentira!), encontra-se um pouco de tudo no piso inferior. Subimos as escadas e vamos almoçar numa das várias "tascas" com uma grande diversidade de petiscos e, depois, completamos o piso superior visitando a zona dos têxteis e do artesanato... ou seja, aquela parte em que queremos trazer tudo para Portugal, porque é tãoooo giro! E conseguimos andar nisto mais de uma hora, sem Zara ou Mango ou H&M ou Bershka... E parece que não vimos tudo!

Atenção: tal como noutros países, aqui as necessidades fora de casa pagam-se! Ou seja, se apetecer fazer um chichi quando estiver a ver aqueles porta-chaves tão artesanais no mercado, tem de levar uns quantos florins (agora não me recordo, mas rondam os 50 cêntimos). Penso que o valor é único, seja qual for a necessidade...




Mais fotos no Instagram
Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

domingo, 29 de março de 2015

Bem-Vindos a Budapeste! - Parte I

Hotel Unio, 3 estrelas, muito acolhedor, pessoal acessível e simpático (gostam muito da nossa língua: "love portuguese"... era só começarem a aprender e fugiam em três tempos).
Num estilo sempre clássico, cada quarto é uma surpresa: diminutos ou enormes, tanto podem ter uma cama de casal, como uma cama de solteiro ou mesmo duas. Mas seja qual for a cama, esta tem apenas um lençol (que parece ter encolhido na máquina, pois não dá para enfiar por baixo do colchão) e um pequeno edredão branco semelhante a um saco-cama dobrado sobre a cama. Ou seja, é um self-service de cama: "esteja à vontade para esticar o edredão e fingir que está num acampamento". No final da semana, regressámos a este hotel e fiquei no último piso, em jeito de sótão, com duas janelas no telhado. Muito giro, gostei tanto! Fosse Natal e parecia o miúdo loiro do Sozinho em Casa! Quem não achou muita piada foram os nossos amigos turcos, que acharam aquilo extraordinamente estranho e desagradável... Weird...

Caminha-se pelas avenidas e ruas de Budapeste (quase sempre a direito, porque curvas, subidas e descidas foram  praticamente banidas da geografia húngara que conheci) e fica-nos um registo imediato de três pontos fortes da cidade:
• Sex Shops
• Lojas de Noivas
• Coexistência de um luto comunista com o capitalismo da globalização

Resumindo: por todo lado, as recordações de uma segunda guerra mundial bárbara, os edifícios imperiais e os inúmeros memoriais aos mortos do regime fascista (a cidade está inundada com dedicatórias gravadas nas paredes de vários edifícios acompanhadas por coroas de flores) fazem reviver um período histórico negro, que só viu o seu fim no final da década de 80.
E assim temos um país relativamente jovem no que toca à liberdade e à democracia. Talvez seja uma possível explicação para a existência de tanta Sex Shop (isto ou ficou tudo doido com as 50 Sombras de Grey), para tantos adolescentes se juntarem ao final do dia acompanhados de bebidas alcoólicas (e não estou a falar das pequeninas...andar de garrafa 1,5l na mão parece uma moda), para tanta necessidade de transmitir emoções e sentimentos. Desde a loja de tatuagens que oferece beijos gratuitos às meninas que forem fazer uma tattoo ao grupo de homens e mulheres que, em pleno centro da cidade, oferecem abraços aos transeuntes. Só porque sim. Gostei tanto disto... Só porque sim.

Ao lado da História traduzida em edifícios e memoriais, encontramos o florescer de um capitalismo globalizante que vai roubando identidade à cidade. McDonald's, Starbucks, Burguer King, Subway, entre outros, parecem cogumelos, uns atrás dos outros, fazendo as delícias de um país que se quer "moderno".

As lojas de noivas foram o grande mistério que não consegui concluir. Sem montras, apenas cartazes com fotografias a convidar para o interior do edifício, onde supostamente estaria a dita loja de noivas. Atendendo ao número de lojas existentes, antes ou depois de uma Sex Shop, confesso que fiquei a duvidar da veracidade deste negócio. Ou querem ser uma Las Vegas e até os casam lá dentro...ou isto cheira-me a esturro! Ainda agora se livraram do regime e já andam a casar como se não houvesse amanhã?! Hum, nahhh...

(to be continued)

Mais fotos no Instagram
Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

Fui #2

Está na hora de seguir viagem novamente. Outra paragem bem diferente... Adivinham?!

Pista: água...

sábado, 28 de março de 2015

Bem-Vindos à Hungria!

E aqui está ela acabadinha de chegar do meiozinho da Europa... Confesso que a ideia era ir falando um pouco sobre a viagem ao longo da semana, mas tuga que é tuga não tem esta disciplina (um dia, quem sabe)!

Em primeiro lugar, uma viagem de âmbito profissional: Comenius Be Green 2013-2015. Não, não fui de férias... Comigo, um colega e uma aluna - Team Portugal! Como é óbvio, foi uma viagem que me permitiu conhecer um pouco da Hungria, de algumas das suas cidades (Budapeste, Szolnok e Törökszentmiklós) e da sua cultura. É um dos objetivos, para além do trabalho conjunto e da partilha.


E não...não fiquei no Grand Hotel Budapest...


(to be continued)





Mais fotos no Instagram
Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

sábado, 21 de março de 2015

Fui #1

Viajar é uma das maiores riquezas que o ser humano pode ter, já alguém dizia. Aquilo que podemos ganhar é realmente incalculável. Bem que podiam dar umas borlas nas viagens, numa perspetiva de "educação inclusiva"...

Hoje é dia de partida.
9h58: Estamos a muitos, muitos pés de altura e está um sol que até encadeia (bem que podiam ter marcado o eclipse para hoje...). Para ocupar o tempo, lê-se a revista da TAP, que nos leva para outros voos (e em seguida deprimimos, porque não podemos ir). Não há nada como encontrar um dos nossos escritores favoritos. E encontrar as palavras que procurávamos.

Até breve, noutras paragens!

(José Luís Peixoto, "Saudade". In Up)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...