Quando nascemos, nascemos no planeta Terra, antes de mais. Depois, resta-nos a sorte de nascer num território onde reine a paz. Quando isso não acontece, deveríamos ter a liberdade de procurar essa paz e essa segurança noutro lugar. Sem imposição de fronteiras, sem muros. Sem morrer frente a estes.
"Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do homem..."Assim foi escrito logo no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos como um dos motivos que impulsionou este documento, depois de uma segunda guerra mundial que nos pesa a todos. Um compromisso assumido e, por muitos, esquecido. A mais alta inspiração de alguns homens, talvez.
Assistimos todos os dias a imagens dramáticas que nos vão chegando dos refugiados das zonas bélicas. Assistimos passivamente, partilhamos confortavelmente. Criticamos com base no preconceito e naquilo a que chamo de "filosofias de pequenez humana":
- Os outros países fecharam as portas e nós é que temos de levar com eles?!
- Aqui há uns anos disseram ou fizeram isto...e agora querem a nossa ajuda?
- Tanta gente a precisar de ajuda aqui e para eles há logo!...
Argumentamos e passamos ao lado, comodamente aliviados em razões irracionais. Porque vivemos em paz (até quando?), porque eles não nos são nada (onde é que começa o sentimento de pertença?), porque quem criou o problema é que tem obrigação de solucionar (onde é que começa e acaba a responsabilidade?).
Alguém que trate do problema é o segundo maior problema da humanidade. O primeiro é permitir que o problema exista.
Não vou colocar aqui nenhuma das imagens que têm chocado o mundo e têm feito girar as redes sociais em profundas lamentações. Eu própria já partilhei algumas dessas imagens como forma de encarar a realidade, mas agora é altura de agir. E agora já é tarde para muitos...
[por esta altura, o link que coloquei na Declaração passou despercebido para muitos; alguns já clicaram no link, olharam para a Declaração e saíram; outros, leram as primeiras linhas e mudaram para uma qualquer rede social; desafio-vos a perder alguns minutos a conhecer/relembrar este documento]
Photo: Pinterest |
Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana. Mas se alguém quiser contribuir, é só consultar as várias maneiras de ajudar (aqui).
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