segunda-feira, 25 de março de 2019

(des)educação em Portugal

Em relação a esta notícia  li algures um comentário em que alguém afirmava que esta medida era “desleal”, acrescentando a seguinte pérola: “se querem ir para a universidade, estudem!”. Infelizmente, ainda há pessoas que acreditam que existe educação de primeira e educação de segunda categoria no feudo onde habitam.

No entanto, tenho de concordar com a deslealdade, porque realmente o acesso às universidades deveria ser mais abrangente e avaliar as diferentes competências que um aluno (supostamente) desenvolve ao longo da sua escolaridade: espírito empreendedor, saber-fazer, resolução de problemas (daqueles que não estão no papel), proatividade, participação cívica, entre outras. Por agora, ficamo-nos pela memorização de toneladas de páginas que serão debitadas em exames. Para se esquecer tudo no minuto a seguir. Vá...50%, se for um aluno que não use auxiliares de memória.

Não existe educação de primeira e educação de segunda categoria. Existem, sim, profissionais da educação de primeira e de segunda; metodologias de primeira e de segunda; aprendizagens de primeira e de segunda; e todo um sistema pensado apenas para um percurso educativo.

sábado, 9 de março de 2019

este texto não é só para mulheres, mas*

Não sou feminista, porque não gosto da palavra, embora me identifique com o conceito. Prefiro humanista. Sem distinção de género.

Não sou defensora da igualdade, porque somos diferentes e é isso que nos torna ricas e únicas. Prefiro equidade. Daquela que se confunde com imparcialidade e justiça.

Não entendo o dia da mulher como uma celebração única no ano, embora a frase “o dia da mulher é todos os dias” não passe de um lugar-comum, cujo sentido se perdeu algures na sua repetição.

O dia da mulher, a efeméride que o 8 de março nos traz, vem todos os anos lembrar o caminho que milhares de mulheres percorreram para chegarmos até aqui e o caminho que ainda há pela frente.

Este deve ser o dia da gratidão. Pelas conquistas. Este deve ser o dia da esperança. Por tudo o que ainda está por alcançar. Este deve ser o dia da reflexão. Sobre a forma como as mulheres se tratam mutuamente. Sobre a forma como permitem que as tratem. Sobre a forma como educam as futuras mulheres e homens. Sobre os estereótipos que permitem que a sociedade lhe imponha.

Deve, e não “deveria”. Sem condicional.
Porque nem todos os dias nos lembramos disto.

* está escrito no feminino, porque a língua também tem género e nenhum deveria ser dominante.
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