Primeiro dia do segundo período e uma reunião de trabalho para abrir logo a pestana. Confesso que não fiquei propriamente entusiasmada. Principalmente quando soube a matéria que estava em cima da mesa: é urgente mudar a escola! Não que a mudança me assuste ou não compreenda a sua importância, mas pura e simplesmente porque já vi este filme várias vezes. Horas de reuniões, muitas ideias partilhadas, entre tantas outras queixas, e na prática... mais do mesmo. Porque é mais seguro (e confortável) seguir o manual, porque é mais fácil controlar o tempo de antena com o método do "cala-te, ouve e não olhes para o lado", porque é urgente justificar constantemente o nosso trabalho com números. E quando esta receita não corre bem, aponta-se o dedo ao aluno, aos pais, ao sistema, porque com 37 powerpoints, 57 fichas informativas, 85 fichas de trabalho e 2 testes por período, o professor fez o que pôde. Isto se guardou as evidências; caso contrário, temos o aluno, os pais e o sistema a apontar o dedo ao professor. É um verdadeiro campo de batalha.
Há uns anos, lembro-me de estar numa reunião a discutir a mesma questão: o que mudar? como mudar? Lembro-me de participar com algumas sugestões e, a dada altura, uma colega sorrir para mim e comentar: "Gosto de ver esse entusiasmo, mas daqui a uns anos isso passa-te". Foi como se tivesse levado uma chapada com cinco dedos bem abertos. Entristeceu-me a hipótese de ela estar certa. Entristeceu-me a hipótese de, um dia, ser eu a fazer aquele comentário. Embora tenha compreendido a mensagem, tenho feito daquelas palavras o meu alerta de perigo: de vez em quando é nelas que penso para fazer diferente, para fazer melhor. Experimentando, errando e aprendendo.
Ontem, a falta de entusiasmo acabou por ser vencida quando me apercebi da vontade de muitos em mudar. Não sei se é apenas sorte de estar numa escola com uma atitude proativa em relação ao ensino que a sociedade hoje exige ou se realmente já existe uma preocupação global com o estado obsoleto em que isto está. Bem sei que a verdadeira mudança nas escolas, entre outras coisas, implica dinheiro (que não há) e estabilidade no corpo docente (que não há). Mas, até onde nós podemos ir, não há espaço para se fazer tanto?
O brainstorm que fizemos ontem partiu do visionamento deste vídeo, que já circula há um ano nas redes sociais. Partilho, pois acho que em poucos aspetos diz tudo.
Importa repensar o ensino a partir dos adultos que queremos ter no futuro.
Importa repensar o ensino a partir dos adultos que queremos ter no futuro.
Ser professor não deve ser uma profissão fácil. Espero que consigam resolver os problemas.
ResponderEliminarUm beijinho grande*
Vinte e Muitos
Uma vida inteira (e mais sete) não chegavam, mas um bocadinho de cada vez é possível!
EliminarObrigada e um beijinho grande <3
É linda professora!!
ResponderEliminarObrigada! Um beijinho enorme <3
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