domingo, 29 de março de 2015

Bem-Vindos a Budapeste! - Parte I

Hotel Unio, 3 estrelas, muito acolhedor, pessoal acessível e simpático (gostam muito da nossa língua: "love portuguese"... era só começarem a aprender e fugiam em três tempos).
Num estilo sempre clássico, cada quarto é uma surpresa: diminutos ou enormes, tanto podem ter uma cama de casal, como uma cama de solteiro ou mesmo duas. Mas seja qual for a cama, esta tem apenas um lençol (que parece ter encolhido na máquina, pois não dá para enfiar por baixo do colchão) e um pequeno edredão branco semelhante a um saco-cama dobrado sobre a cama. Ou seja, é um self-service de cama: "esteja à vontade para esticar o edredão e fingir que está num acampamento". No final da semana, regressámos a este hotel e fiquei no último piso, em jeito de sótão, com duas janelas no telhado. Muito giro, gostei tanto! Fosse Natal e parecia o miúdo loiro do Sozinho em Casa! Quem não achou muita piada foram os nossos amigos turcos, que acharam aquilo extraordinamente estranho e desagradável... Weird...

Caminha-se pelas avenidas e ruas de Budapeste (quase sempre a direito, porque curvas, subidas e descidas foram  praticamente banidas da geografia húngara que conheci) e fica-nos um registo imediato de três pontos fortes da cidade:
• Sex Shops
• Lojas de Noivas
• Coexistência de um luto comunista com o capitalismo da globalização

Resumindo: por todo lado, as recordações de uma segunda guerra mundial bárbara, os edifícios imperiais e os inúmeros memoriais aos mortos do regime fascista (a cidade está inundada com dedicatórias gravadas nas paredes de vários edifícios acompanhadas por coroas de flores) fazem reviver um período histórico negro, que só viu o seu fim no final da década de 80.
E assim temos um país relativamente jovem no que toca à liberdade e à democracia. Talvez seja uma possível explicação para a existência de tanta Sex Shop (isto ou ficou tudo doido com as 50 Sombras de Grey), para tantos adolescentes se juntarem ao final do dia acompanhados de bebidas alcoólicas (e não estou a falar das pequeninas...andar de garrafa 1,5l na mão parece uma moda), para tanta necessidade de transmitir emoções e sentimentos. Desde a loja de tatuagens que oferece beijos gratuitos às meninas que forem fazer uma tattoo ao grupo de homens e mulheres que, em pleno centro da cidade, oferecem abraços aos transeuntes. Só porque sim. Gostei tanto disto... Só porque sim.

Ao lado da História traduzida em edifícios e memoriais, encontramos o florescer de um capitalismo globalizante que vai roubando identidade à cidade. McDonald's, Starbucks, Burguer King, Subway, entre outros, parecem cogumelos, uns atrás dos outros, fazendo as delícias de um país que se quer "moderno".

As lojas de noivas foram o grande mistério que não consegui concluir. Sem montras, apenas cartazes com fotografias a convidar para o interior do edifício, onde supostamente estaria a dita loja de noivas. Atendendo ao número de lojas existentes, antes ou depois de uma Sex Shop, confesso que fiquei a duvidar da veracidade deste negócio. Ou querem ser uma Las Vegas e até os casam lá dentro...ou isto cheira-me a esturro! Ainda agora se livraram do regime e já andam a casar como se não houvesse amanhã?! Hum, nahhh...

(to be continued)

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Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana.

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