sábado, 9 de março de 2019

este texto não é só para mulheres, mas*

Não sou feminista, porque não gosto da palavra, embora me identifique com o conceito. Prefiro humanista. Sem distinção de género.

Não sou defensora da igualdade, porque somos diferentes e é isso que nos torna ricas e únicas. Prefiro equidade. Daquela que se confunde com imparcialidade e justiça.

Não entendo o dia da mulher como uma celebração única no ano, embora a frase “o dia da mulher é todos os dias” não passe de um lugar-comum, cujo sentido se perdeu algures na sua repetição.

O dia da mulher, a efeméride que o 8 de março nos traz, vem todos os anos lembrar o caminho que milhares de mulheres percorreram para chegarmos até aqui e o caminho que ainda há pela frente.

Este deve ser o dia da gratidão. Pelas conquistas. Este deve ser o dia da esperança. Por tudo o que ainda está por alcançar. Este deve ser o dia da reflexão. Sobre a forma como as mulheres se tratam mutuamente. Sobre a forma como permitem que as tratem. Sobre a forma como educam as futuras mulheres e homens. Sobre os estereótipos que permitem que a sociedade lhe imponha.

Deve, e não “deveria”. Sem condicional.
Porque nem todos os dias nos lembramos disto.

* está escrito no feminino, porque a língua também tem género e nenhum deveria ser dominante.

3 comentários:

  1. A Cândida tem consciência de que os direitos que tem hoje, como não precisar de um tutor, ter propriedade, poder votar, poder aceder a formação superior, poder escolher parceiro/a, poder trabalhar, ter acesso a qualquer profissão, ter acesso a cargos políticos, licenças de maternidade, etc, foram adquiridos por movimentos feministas, alguns deles associados a movimentos sindicalistas e todos ganhos a muito esforço.
    Sugestão: Talvez aprofundando o seu interesse pelo contexto socio-económico em que esta inserida a sua consciência do feminismo se aproxime mais da definição que se encontra no dicionário (já existem versões online, caso não possua um).

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  2. Caro/a anónimo/a, tenho plena consciência dos direitos que hoje temos e do que foi feito (e por quem foi feito) ao longo de décadas e décadas para que fossem alcançados. Estes que referiu e tantos outros que poderia acrescentar, como não ter necessidade de me exprimir sob um pseudónimo masculino ou mesmo anonimato.
    Não sei o que o/a leva a pensar que não tenho essa consciência. Identifico-me claramente com o conceito do movimento feminista, mas não com a palavra, que (para mim) se encerra num género. E, felizmente, tenho direito à liberdade de expressão.
    Talvez aproveitando a sugestão do dicionário poderia aprofundar a distinção entre estes dois termos: “palavra” e “conceito”.
    Bem-haja!

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  3. Adorei a publicação, não precisamos de ser "feministas" para defender o conceito de equidade! Obrigada pela publicação, beijinhos!

    https://little-cherry-wine.blogspot.com/

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