Na verdade, o professor é aquele transmite conhecimento, que ensina. Mas isto é tão limitado, quanto desenquadrado da realidade atual. Em primeiro lugar, os alunos de hoje têm diferentes idades, porque a formação é cada vez mais intrínseca a todo o percurso de vida, e por isso têm diferentes objetivos e necessidades. Em segundo lugar, os nossos alunos conseguem aceder ao conhecimento numa questão de segundos e o verdadeiro professor, aquele que "despeja" conteúdos, chama-se Google.
O problema, na sociedade atual, começa justamente aqui: e depois do Google? É a partir daqui que o nosso papel é fundamental e necessário. Mais do que nunca as competências transversais, sociais, pessoais são o foco do nosso trabalho. O Google pode dar o conhecimento, mas somos nós que temos a função de os guiar através desse mar de conhecimento, incutindo a leitura analítica, espevitando a capacidade crítica, promovendo a discussão, a dúvida, a partilha de ideias e a resolução de problemas. Quando é este o nosso foco e o nosso trabalho concretiza-se neste sentido, estamos a dar forma a futuros cidadãos de uma sociedade. E ninguém se deixa moldar por uma pessoa que se mostra indiferente, por isso é essencial que haja afecto. Sempre acreditei que metade do sucesso nesta profissão assenta nos laços criados e a minha experiência só tem reforçado esta crença.
Como tantas outras, não é uma profissão fácil, pois exige uma enorme disponibilidade psicológica e emocional. Ter o conhecimento para transmitir é o mais fácil. Até o Google conseguiu. Conseguir "dar forma" é a verdadeira acrobacia, principalmente quando não temos apenas um aluno à nossa frente.
Atualmente sou formadora. Sinto que é isso que realmente tento fazer todos os dias.
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