quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

You've got... correio à moda antiga! - Parte II

E esta semana o correio reservou uma surpresa.
Entre a Dica da Semana, as promoções do LIDL e mais uma revista da classe docente (novamente a apelar a mais uma manifestação, mais uma greve, mais do mesmo dos últimos anos), eis que surge um envelope estranho e fora do normal! Antraz?! Uma amostra de ébola, oferta natalícia do MEC?! Medo...Um envelope amarelo e, mais estranho, manuscrito! Manuscrito?! Há quanto tempo eu não via um envelope escrito à la mano!
Ao ver a destinatária, o pânico desapareceu e o sorriso foi inevitável (este, sim, bem natalício). Uma prenda vinda de bem longe e, sem dúvida, das mais criativas: um tosco coração! Mas um tosco coração que veio numa carta manuscrita e me fez lembrar os tempos de meninice em que escolhíamos as folhas mais bonitas (e, por vezes, perfumadas) e tínhamos muito cuidado a escrever para não riscar, para não ficar feio, e lá seguíamos à procura do marco do correio mais próximo. Devagar a carta largava a nossa mão e caía desamparada em cima de tantas outras. E nós seguíamos caminho, permanecendo na expectativa de quando surgiria resposta. E éramos bem felizes.
Quando é que deixámos de escrever? Ou antes: quando é que escrever a alguém, desta forma mais tradicional, passou a ser estranho Estamos tão distantes e, ao mesmo tempo, sempre ligados, dizem as novas tecnologias. Mas escrevemos todos com a mesma "caligrafia" e no mesmo "papel"; perdemos um pouco de identidade, digo eu.
Esta foi uma prenda que me fez pensar e decidi formular uma resolução para 2015 (para além das tradicionais 'fazer dieta', 'fazer exercício', 'beber mais água', que são sempre definidas nesta altura devido a ineficácia de execução a longo prazo): escrever. Para os que estão longe, para os que estão perto, para os que não estão e até para os que estão a mais; escrever. A caneta ou a lápis, com desenhos ou anagramas, escrever mais.

Obrigada, Joaninha, pelo teu enorme coração que nada tem de tosco e que estará sempre comigo. Para todo o sempre, a minha filhota adotiva :)




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