quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

3 anos, 638 posts.

Hoje o blog faz 3 anos.

Poderia começar aqui uma comemoração efusiva, cheia de confettis e rufar de tambores. Mas, feito o balanço deste último ano, seria ridículo tal como as cartas de amor de Fernando Pessoa: cheias de paixão e sinceridade, ainda assim ridículas.

Este foi, sem dúvida, o pior ano do blog. Faltou-lhe dinamismo, presença e, principalmente, falhou em corresponder às expetativas que existem desse lado. É que, três anos depois, há mais meia dúzia de leitores assíduos para além da família e dos amigos que foram obrigados. Percebi isto pelas mensagens que me foram chegando ao longo do ano: palavras de apreço, questões, sugestões... Recebi tudo de coração aberto, fiquei de alma cheia, mas de consciência pesada. Faltou (muito) mais.

Hoje em dia, a blogosfera apresenta um crescimento exponencial. Em anos de blog, eu diria que o Candyland atravessou este ano a adolescência e, por isso, sentiu-se perdido, sem saber muito bem o que quer ser quando for grande. É difícil tentar ser credível num meio onde a própria credibilidade vai deixando de acreditar. Há tanta gente a falar sobre o mesmo, tantas vezes da mesma forma, que é cada vez mais difícil distinguir uma opinião genuína de uma opinião paga. E é aqui que reside a ironia da coisa: temos hoje uma liberdade de expressão como nunca antes e cada vez mais se opta pela voz formatada.

E se decidíssemos escrever o que realmente pensamos sobre o que nos rodeia e o que experienciamos no dia a dia?! Acho que é isto que o blog quer ser quando for grande. Fica o desafio.

De facto, acho que não há lugar para grandes comemorações. Exige-se, sim, um gigantesco agradecimento a quem está desse lado e continua a aparecer por aqui. Do fundo do coração, um enorme OBRIGADA!

Como já é hábito, aqui ficam os números. O crescimento foi pequeno, mas existiu. E todas as vitórias, por mais pequeninas que sejam, devem ser celebradas.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Novembro | #semanaemrevista 41 a 48

O ano de 1980 preparava-se para chegar ao fim e mesmo no centro do mês de novembro esperava-se que eu nascesse. Tal não aconteceu. Preferi obrigar a minha mãe a uma gravidez de 10 meses e nascer no mês seguinte, um dos meus preferidos.

Logo aqui começa a minha complexa relação com este mês de novembro. Se é verdade que muitas coisas boas acontecem por esta altura, também as piores tendem a coincidir com este mês, conhecido pelo seu número 11 (detesto!) ou, noutros tempos, pelo número 9 (blac!). Sim... sem fundamentalismos, tenho as minhas superstições.

O blog esteve em sono profundo durante um mês. No entanto, tanta, tanta coisa aconteceu. E a vida deu as suas voltas...

O dia em que ganhei
o meu regresso à escola pública. Foi em 2012 que ouvi pela última vez o toque da campainha. Não por vontade própria, mas sim porque o sistema assim o quis. No ano seguinte, abraçava um novo projeto e agora era eu que, por vontade própria, voltava as costas ao ensino público. Previa regressar em 2016. Mas 2016 chegou e eu decidi continuar na formação profissional, voltando-lhe novamente as costas.
Foi quase de uma forma vertiginosa que me vi colocada, neste início letivo (tardio) de 2017, numa escola do ensino público. Confesso que fui adiando este regresso, por comodismo e por receio do que lá poderia encontrar. Mas algum dia tinha de ser: não por obrigação, antes por vocação. Tive a sorte de ser acolhida de forma humana e atenciosa, mas à medida que vou (re)descobrindo o sistema alguns dos meus receios começam a confirmar-se: os professores são meros números numa máquina que bem poderia servir os jogos da Santa Casa e esta escola não é para novos. 
...foi o dia em que perdi
a Lucky. A vida tem esta forma arbitrária de agir: por muito que tentemos não falhar, as falhas acontecem. Inesperadas e devastadoras.
Chegou pequenina, a morrer de fome. Partiu pequenina, mas de coração e estômago cheios. Ainda que por pouco tempo, foi feliz.

Photo: Instagram @myjoyluckysnow

O mês das despedidas
Ser coordenadora de curso ou diretora de turma é ser mãe em part-time. Não de um, mas de vinte (ou mais). É ganhar cabelos brancos, pensar em desistir algumas vezes, mas estar de olho em todos, não vá algum perder-se.
Foi no início do mês que vi os meus técnicos de informática, os "filhos" mais velhos, concluírem esta etapa de dois anos e meio. Muitos voaram para longe, alguns ficaram por perto, até ao dia em que voarão também para longe. Mas todos concluíram e todos cresceram. E eu estive lá para ver. Agora é aguardar a cerimónia de entrega de diplomas para o último abraço.

Photo: No início desta aventura... #TIIGR0915 

...e dos reencontros
Foi um mês de constante procura de equilíbrio (que ainda não terminou). E entre tantas corridas, acabei por voltar a encontrar pessoas que fizeram parte da minha vida noutras vidas. Pessoas de aprendizagem e pessoas do coração. Como se, depois de tantos anos, o universo decidisse que era altura de nos reencontrarmos. E de fazermos novas aprendizagens.

Photo: Pinterest
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